Xangô
Xangô, Shango ou
Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo,
identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e
representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento
sagrado denominado igba xango.
Como personagem
histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo",
filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia
firmado uma aliança com Oranian.
Xango, no seu
aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá
como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.
Xango orixá dos
raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido,
violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por
esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma
casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô. Xangô é o
Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorum.
Sacerdote de Sango
- Magba
Sacerdotisa de
Sango - Iya Magbá
Atabaque de Sango -
Ilu batá
Toque favorito -
Alujá
Fruto favorito -
Orogbo
Bichos - Akunko,
Agutan, Ajapá
Comida - Amalá
Foi ele quem criou
o culto de Egungun, sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos.
Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e
Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve
faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes,
que representam as vestes dos Eguns.
Itan
Xangô criador de
Culto a Eguns
Xangô é o fundador
do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho
de um itãn.
"Em um dia
muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com
Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de
Egungun vestiram-na
e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram, mas
Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As
Iyámis ficaram furiosas com Xangô e jurou vingança, em certo momento em que
Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente,
subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubou a
Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não
conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até
Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quiz
saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe
disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do
mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu
rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun
(ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas
dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste
culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô ,
Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar
pela maldade de suas ancestrais."
Xangô foi o quarto
rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e
vingativo, cuja manifestação é o fogo, o Sol, os Raios, as Tempestades e os
trovões. Filho de Oranian teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá,
Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os
malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. Xangô é o Orixá do
Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorun.
Enquanto Oxossi é
considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo
yorubá. Orixá do fogo, dos raios e das tempestades, Xangô foi um grande rei que
unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás
possuem relação com os Egunguns, mas, ele é o único Orixá que, verdadeiramente,
exerce poder sobre os mortos, Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por
este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe
pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta
uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes
dos Eguns
Xangô era forte,
valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se
em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a
destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse
(Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também
tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos
que ele mais aprecia o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas,
que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral
(Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de
feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte
ligação com Oxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no
Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente
as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é
um outro Orixá que não se dá com Xangô.Reza a lenda que Ayra era muito próximo
de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xango, foi erroneamente
confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez Xango
percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a
ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã
estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e
agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada,
fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xangô então mandou que
Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Ayrá, percebendo ali a
sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a
Oxalufã que Xango sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança
de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Ayrá usa branco, mas não é um
funfun. Xangô que não suporta traições se irritou com a atitude de Ayrá
cortando relações com ele, desde então eles jamais devem ser cultuados juntos
ou mantidos na mesma casa.
As qualidades de
Xangô são estas:
Afonjá - Afonjá, o
Balé (governante)da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer
dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oió, no início do
século dezenove, Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram
espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes
absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses
generais resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general
se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se
independente de Oió. Com isso o Rei de Oió Aolé se envenenou para não ver o
desmembramento do Império. Afonjá traiu o Império Iorubá, mas quando os
rebeldes assumiram o poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este
alegou que se um homem traiu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.
Obá Kosso - Título
que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se
seu Rei. Título dado também a Aganju, irmão gêmeo de Xangô quando de sua
chegada em Oió foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
Obá Lubê - Título
de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido
como Senhor Abastado.
Obá Irù ou Barù -
Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto
de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,
senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele
acaba por destruir a capital do Reino numa crise de cólera e depois
arrependido, se suicida, adentrando na terra.
“Obá “Ajakà -
Também intitulado Bayaniym,” O pai me escolheu “, que faz referência a ele por
ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão
mais velho de Xangô.
Obá Aganjù - Aganju
representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação
dos Vulcões.
Obá Orungã - Filho
de Aganju Solá e Iemanjá, Orungan é dono da atmosfera é o ar que respiramos,
dono da camada que protege a Terra. Ver mais abaixo.
Obá Ogodô - Muito
falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô é o verbo
bocejar. Então, quando está trovejando, o que se diz é que Xangô está
bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.
Jakutà ou Djakutà -
Jakutá, é a representação da justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi
iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do
mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem
e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito
entre as divindades. É o próprio Xangô.
Obá Arainã - Oroinã
e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô
e de Aganju em sua forma humana.
Olookê - Orixá dono
das montanhas, em algumas lendas é um dos filhos de Oraniã, foi casado com
Yemanjá.
Saudação:
Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixas são reverenciados;
Cores: Vermelho e
Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente
Marrom ou vermelho. As cores representam os Orixás, e podem variar segundo a
linha religiosa;
Dia da Semana:
Quarta-Feira;
Elementos: Fogo,
Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de
Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
Elemento Livro: os
livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do
conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito;
Ferramenta: Oxê,
machado duplo de dois cortes laterais feitos e esculpidos em madeira ou metal;
Pedra: Meteorito;
Domínios: Justiça,
Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
Oferendas: Amalá,
cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz
de cola), ao contrário dos demais Orixás;
Dança: Alujá, a
roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos,
suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.
Animais associados
a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.
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